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Meu sertão em verso e refrão
R$ 45,00
A filosofia da roça de Fátima Sá Sarmento
Quando iniciei a leitura do livro da Fátima, "Meu sertão: entre verso e refrão", editada pelo Selo Toca, pensei: quanta ousadia! Afinal, considerei indecoroso que alguém pudesse rimar amor com dor (mas quem há de negar a impecabilidade de tal rima?) Depois, soube que a autora estava iniciando suas intimidades nos versos. E que não abriria mão de nos fazer testemunhas desse encontro ou enamoramento. Então pensei: que mulher íntegra!
O que vemos, portanto, desde os primeiros poemas, é a arrebatada coragem de uma mulher lapidando sua voz poética sem ressalvas, sem firulas. Imediatamente, me vem à mente Graciliano Ramos: "a palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para dizer".
E essa é a força e beleza da obra: quando óbvia, torna "inviável se decifrar a poesia que nasceu para ser triturada"; quando indecifrável, perigosa e capaz de nos devorar.
Através de uma simplicidade constrangedora, a poeta nos faz lembrar da vida que acontece "quando se plantava algodão, rimas e feijão", pois que sua poética é nascida na lida dura, no "campo, molhada pela chuva de verão, um poema magro brotado do chão".
E se uma vez um poeta disse que "o amor morre, só a arte não", no caderno-borrão de Fátima Sá Sarmento a arte é sempre um ato radical de amor de seu coração radiante.
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